quinta-feira, 3 de maio de 2012

Estratégias para Lutar Contra a Lascívia


Estou pensando em homens e mulheres. Para os homens, isto é óbvio. A necessidade de lutar contra o bombardeamento de tentações visuais para nos fixarmos em imagens sexuais é urgente. Para as mulheres, isto é menos óbvio, porém tal necessidade se torna maior, se ampliamos o escopo da tentação de alimentar imagens ou fantasias de relacionamentos. Quando uso a palavra “lascívia”, estou me referindo principalmente à esfera dos pensamentos, imaginações e desejos que visualizam as coisas proibidas por Deus e freqüentemente nos levam a conduta sexual errada.

Não estou dizendo que o sexo é mau. Deus o criou e o abençoou. Deus tornou o sexo agradável e definiu um lugar para ele, a fim de proteger sua beleza e poder — ou seja, o casamento entre um homem e uma mulher. Mas o sexo tornou-se corrompido pela queda do homem no pecado. Portanto, temos de exercer restrição e fazer guerra contra aquilo que pode nos destruir. Em seguida, apresentamos algumas estratégias para lutar contra desejos errados.

Evitar — evite, tanto quanto for possível e sensato, imagens e situações que despertam desejos impróprios. Eu disse “tanto quanto possível e sensato”, porque às vezes a exposição à tentação é inevitável. E usei os termos “desejos impróprios” porque nem todos os desejos por sexo, alimento e família são maus. Sabemos quando tais desejos são impróprios, prejudiciais e estão se tornando escravizantes. Conhecemos nossas fraquezas e o que provoca tais desejos. Evitar é uma estratégia bíblica. “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça” ( 2 Tm 2.22). “Nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.14).

Não — diga “não” a todo pensamento lascivo, no espaço de cinco segundos.1 E diga-o com a autoridade de Jesus Cristo. “Em nome de Jesus: Não!” Você não tem mais do que cinco segundos. Se passar mais do que esse tempo sem opor-se a tal pensamento, ele se alojará em sua mente com tanta força, a ponto de se tornar quase irremovível. Se tiver coragem, diga-o em voz alta. Seja resoluto e hostil. Como disse John Owen: “Mate o pecado, se não ele matará você”.2 Ataque-o imediatamente, com severidade. “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).

Voltar — volte seus pensamentos forçosamente para Cristo, como uma satisfação superior. Dizer “não” será insuficiente. Você tem de mover-se da defesa para o ataque. Combata o fogo com fogo. Ataque as promessas do pecado com as promessas de Cristo. A Bíblia chama a lascívia de “concupiscências do engano” (Ef 4.22). Tais concupiscências mentem. Prometem mais do que podem oferecer. A Bíblia as chama de “paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância” (1 Pe 1.14). Somente os tolos cedem a elas. “Num instante a segue, como o boi que vai ao matadouro” (Pv 7.22). O engano é vencido pela verdade. A ignorância é derrotada pelo conhecimento. E tem de ser uma verdade gloriosa e um conhecimento formoso. Preciso de breves retratos de Cristo para me manter despertado, espiritualmente, para a sublime grandeza do Senhor Jesus. Temos de encher nossa mente com as promessas e os deleites de Jesus. E volvermo-nos imediatamente para tais promessas e deleites, depois de havermos dito “não”.

Manter — mantenha, com firmeza, a promessa e o deleite de Cristo em sua mente, até que expulsem a outra imagem. “Olhando firmemente para... Jesus” (Hb 12.2). Muitos fracassam neste ponto. Eles desistem logo. Dizem: “Tentei expulsar a fantasia, mas não deu certo”. Eu lhes pergunto: “Por quanto tempo fizeram isso?” Quanta rigidez exerceram em sua mente? Lembre: a mente é um músculo. Você pode flexioná-la com violência. Tome o reino de Deus por esforço (Mt 11.12). Seja brutal. Mantenha diante de seus olhos a promessa de Cristo. Agarre-a. Agarre-a! Não a deixe ir embora. Continue segurando-a. Por quanto tempo? Quanto for necessário. Lute! Por amor a Cristo, lute até vencer! Se uma porta automática estivesse para esmagar seu filho, você a seguraria com toda a sua força e gritaria por ajuda. E seguraria aquela porta... seguraria... seguraria... Jesus disse que muito mais está em jogo no hábito da lascívia (Mt 5.29).

Apreciar — aprecie uma satisfação superior. Cultive as capacidades de obter prazer em Cristo. Uma das razões porque a lascívia reina em tantas pessoas é porque Cristo não lhes é muito cativante. Falhamos e somos enganados porque temos pouco deleite em Cristo. Não diga: “Esta conversa espiritual não é para mim”. Que passos você tem dado para despertar sua afeição por Cristo. Você tem lutado por encontrar gozo? Não seja fatalista. Você foi criado para valorizar a Cristo — de todo o coração — mais do que valoriza o sexo, o chocolate ou o açúcar. Se você tem pouco desejo por Cristo, os prazeres rivais triunfarão. Peça a Deus que lhe dê a satisfação que você não tem. “Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias” (Sl 90.14). E olhe... olhe... e continue olhando para Aquele que é a pessoa mais magnificente do universo, até que você o veja da maneira como Ele realmente é.

Mover – mova-se da ociosidade e de outros comportamentos vulneráveis para uma atividade útil. A lascívia cresce rapidamente no jardim da ociosidade. Encontre algo útil para realizar, com todas as suas forças. “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11); “Sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58). Seja abundante em atividades. Faça alguma coisa: limpe um quarto, pregue uma tábua, escreva uma carta, conserte uma torneira. E faça tudo por amor a Jesus. Você foi criado para administrar e trabalhar. Cristo morreu para nos tornar zelosos “de boas obras” (Tt 2.14). Substitua as concupiscências e paixões enganosas por boas obras.

Rev. Carlos Roberto (Bob)
______________________________________________________________________________________________________

Pense Bem ...
“Muitas vezes, parece que para Deus a questão não está em como solucionar o sofrimento, mas em entender que o sofrimento é a solução.”

 

Quando Deus é tudo o que você tem, então ele é tudo o que você precisa.


Billy Joe Daugherty afirmou: “Não é difícil encontrar Deus! No entanto, existe uma condição: precisamos buscá-lo com todo o coração.”  Você sempre terá problemas se tentar conduzir  a sua vida sem Deus. Está registrado em 2 Cônicas 32.8: “ Conosco está o Senhor, o nosso Deus, para nos ajudar e para travar as nossas batalhas.” Deus, o supremo e insuperável guerreiro, habita  em você. Se você é um soldado de Cristo, não se preocupe  com a opinião pública. Preocupe-se apenas com a opinião de seu Comandante. Se você teme a Deus, não precisa temer mais nada.
Creio que deveríamos seguir o conselho de Mary Lyons: “Confie em Deus e faça alguma coisa”. Satanás não se importa  com o que adoramos desde que não adoremos a Deus. Muitas pessoas pedem que Deus as conduza e depois assumem a direção. O seu relacionamento com Deus irá durar caso ele seja o primeiro em sua vida. Muitas pessoas querem as bênçãos de Deus, entretanto não o querem.
Quando você perde Deus, não é Deus quem fica perdido. Algumas pessoas falam em achar Deus como se ele pudesse se perder. A Bíblia  declara: “Aproximem-se de Deus e ele se aproximará de vocês!” (Tiago 4.8). Tommy Barnett ponderou: “Quanto mais fundo vou, mais fundo ele vai.” Para agregar valor, conheça a Deus. Ore a ele assim: “Quero estar debaixo da tua vontade, e não em teu caminho.” William Law acrescentou: “Nada, além de nossa própria vontade, nos separou da vontade de Deus; ou melhor, nossa própria vontade é a nossa separação de Deus.”
Oswald Chambers nos aconselha: “Crie o hábito de tratar com Deus a respeito de todas as coisas. A menos que você aprenda, no primeiro instante do dia, a escancarar a porta para que Deus entre, você trabalhará em um nível errado durante todo o dia; entretanto, abra livremente a porta e ore ao se Pai  em secreto e todas as coisas públicas serão seladas com a presença de Deus.” Não recite apenas uma oração de cor; ore com o seu coração.
A Bíblia nos encontra onde estamos e, com a nossa permissão, ela nos levará para onde deveríamos estar. Outros livros nos foram dados para informar, mas a Bíblia nos foi dada para transformar. Quem só experimenta a Bíblia nunca adquire muito gosto por ela. O Salmo 35.27 declara: “O Senhor seja engrandecido! Ele tem prazer no bem-estar do seu servo.”
Nosso clamor sincero a Deus deve ser o mesmo de Isaías “Eis- me aqui. Envia-me!” (Isaías 6.8). Considere as palavras de W. H. Atken: “Senhor, toma os meus lábios e fala por meio deles; tome a minha mente e pense por meio dela; tome o meu coração e incendeie-o.” Precisamos dar a Deus não apenas o que temos, mas também o que somos.

Rev. Carlos Roberto (Bob)

___________________________________________________________
Pense Bem...

“Nada, além de nossa própria vontade, nos separou da vontade de Deus; ou melhor, nossa própria vontade é a nossa separação de Deus.” William Law

A Surpresa da FÉ


Os Evangelhos normalmente usam os milagres para enfatizar o poder e a autoridade de Jesus. Pelo menos nove histórias, no entanto, focalizam a fé. “A tua fé te curou”, dizia Jesus, desviando a atenção de si próprio e dirigindo-a à pessoa curada. O poder milagroso não provém apenas de sua parte; às vezes, depende, de alguma forma, de uma resposta do indivíduo.
Certa vez, li todas as histórias de milagre juntas e achei que elas revelam graus notavelmente diferentes de fé. Algumas pessoas demonstravam uma fé ousada e inabalável, como um centurião que disse a Jesus que não fazia questão de uma visita – apenas uma palavra curaria seu servo a distância. “Vou lhe dizer uma coisa, não conheci ninguém em Israel com tamanha fé”, observou Jesus, espantado.
Em outra ocasião, uma estrangeira perseguiu Jesus enquanto Ele procurava paz e tranquilidade. A princípio, Jesus não lhe uma só palavra. Depois, Ele respondeu rispidamente, e não para os “cães” – referindo-se à sua condição de gentia. Mas nada conseguia deter aquela mulher cananéia, e sua perseverança conquistou Jesus. “Mulher, tens uma grande fé!”, disse Ele.
Jesus parecia impressionado com o fato de que, como estrangeiras, essas pessoas eram as de que menos se poderia esperar que demonstrassem tanta fé. Por que um centurião e uma cananéia, sem quaisquer raízes judaicas, poderiam depositar sua confiança em um Messias cujos próprios conterrâneos tinham dificuldade em aceitar?
Essas histórias constituem uma ameaça para mim, porque raramente tenho uma fé não pronunciada. Ao contrário da mulher cananéia, sou facilmente desestimulado pelo silêncio de Deus. Quando minhas orações não parecem ser respondidas, sinto-me tentado a desistir, e não a pedir novamente. Identifico-me mais facilmente com o homem cético que declarou a Jesus: “Eu creio; ajuda-me na minha falta de fé!” Com muita frequência, pego-me refletindo essas palavras, oscilando entre a crença e a descrença, perguntando-me quanto estou perdendo por minha incredulidade.
Às vezes, Jesus se surpreendia com a falta de fé que constatava. Marcos faz seu extraordinário comentário sobre a visita de Jesus à sua cidade natal: “Não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.” Estranhamente, o poder de Deus foi “paralisado” pela falta de fé.
Para minha surpresa, notei, enquanto lia as histórias, que as pessoas que melhor conheciam Jesus às vezes hesitavam em sua fé. Seus próprios vizinhos o colocavam em dúvida. João, o Batista, que proclamara: “Eis o Cordeiro de Deus!” e que ouvira uma voz vinda dos céus por ocasião do batismo de Jesus, mais tarde chegou a questioná-lo. E várias vezes Jesus observou com admiração a falta de fé dos 12 discípulos.
Os três discípulos mais íntimos de Jesus testemunharam um dramático milagre pouco depois da sua morte. No Monte da Transfiguração, o rosto de Jesus brilhava como o Sol, e suas vestes se tornaram resplandecentes e sobremodo brancas. Uma nuvem envolveu os discípulos, e dentro dessa nuvem, para a surpresa de todos, eles encontraram dois gigantes há muito falecidos da história judaica: Moisés e Elias. Era demais para a concepção dos embasbacados discípulos; quando a voz de Deus se fez ouvir dentro da nuvem, eles caíram por terra, aterrorizados. Entretanto, que impacto teve esse estupendo evento? Pouco depois, as testemunhas oculares da transfiguração se juntaram aos outros 12 discípulos que abandonaram – negaram, no caso de Pedro – Jesus no momento em que ele mais necessitava.
Esquecemo-nos facilmente de que Judas assistira, durante três anos, à operação de grandes milagres por Jesus e de que ouvira seus ensinamentos; mesmo assim, traiu Jesus. Outro discípulo, “o descrente Tomé”, ganhou a fama de cético, mas, na verdade, todos os discípulos demonstravam certa falta de fé. Nenhum deles acreditou nos fantásticos relatos que as mulheres trouxeram do túmulo vazio. Mesmo depois que Jesus apareceu-lhes pessoalmente, diz Mateus: “Alguns ainda duvidavam”.
Uma curiosa lei da reversão parece atuar nos Evangelhos: a fé aparece onde menos se espera e falha onde deveria triunfar.
Diante do que foi exposto até aqui, será que o querido irmão pode também receber a declaração de Cristo  - “grande é a tua fé!”.

Rev. Carlos Roberto (Bob)

Não seja o primeiro a iniciar



Recentemente vi uma placa colada abaixo de um enorme peixe empalhado, dependurado em uma parede, que dizia: “Se tivesse ficado de boca fechada, não estaria aqui hoje”. Quanta verdade! O que dizemos é muito importante. Jó 6.25 nos faz lembrar: “Como doem as palavras verdadeiras!”. Permita-me lhe perguntar: o que aconteceria, caso você mudasse o seu discurso a respeito de seu maior problema e de sua maior oportunidade?
Nossa oração a Deus deveria ser: “Ó Senhor, enche a minha boca de coisas dignas, e cutuca-me quando já tiver dito o suficiente”.Provérbio 29.11 declara: “O tolo dá vazão à sua ira”.Jamais permita que a sua língua pronuncie o que lhe custará a cabeça mais tarde. A língua do ser humano está a apenas alguns centímetros do cérebro; no entanto, quando ouvimos algumas pessoas falando, ela parece estar a quilômetros de distância. A língua se move em grande velocidade quando o cérebro está em ponto morto.
Um treinador de corrida em velocidade de uma escola de ensino médio estava encontrando dificuldades para motivar a sua equipe; não conseguia motivá-los de modo que dessem o seu melhor. O time ganhara a distinta reputação de chegar em último lugar em todas as competições de que participava. Um dos fatores que contribuíam para que o seu programa não tivesse sucesso era a sua tática ao fazer seus “discursos de estímulo”.  A ferramenta motivadora que lhe parecia mais eficaz era dizer à sua equipe: “Continuem virando à esquerda e voltem depressa”. As palavras que você usa podem reacender o entu8siasmo ou extinguir de vez uma paixão.
Escolha falar positivamente, escolha palavras que motivem, escolha palavras agradáveis. Pascal comentou: “Palavras amáveis não custam muito. Não provocam bolhas na língua nem na boca. Nunca se ouviu falar que causassem problemas mentais. E, embora não custam muito, elas podem realizar muita coisa. Elas produzem uma boa disposição nos outros. Também imprimem sua própria imagem na alma da pessoa – e que imagem mais linda!” Colossenses 4.6 aconselha: “Que o seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam como responder a cada um”.Sir Wilfred Grenfell afirmou: “Espalhe algumas palavras amáveis pelo caminho; não se pode prever até onde chegará o bem que poderão provocar”.
“As palavras ‘Eu sou’ são poderosas; cuidado a que as vinculará. O que você reivindica tem a capacidade de retornar para reivindicá-lo” (A. L. Kietselman). Algumas vezes os seus maiores inimigos, e amigos mais confiáveis, são as palavras que você diz a si mesmo. Henry Ward Beecher fez a seguinte reflexão: “Uma palavra de ajuda a uma pessoa que se encontra encrencada muitas vezes é como a alavanca de mudança em uma estrada de ferro; (...) ela está a apenas alguns centímetros de um grande desastre, como também de uma tranquila e contínua prosperidade.” Johann Lavater sugeriu: “Nunca diga nada de mau sobre alguém se não tiver certeza; e, caso tenha certeza, pergunte  a si mesmo: ‘ Por que deveria contar isso?’.”
A Bíblia afirma que há vida e morte no poder da língua (Provérbios 18.21). Quais palavras produzem maior impacto sobre você? George Burnham afirmou: “’Eu não consigo fazer’ nunca produziu nada. ‘Eu tentarei’ já realizou maravilhas”.

     Se seus lábios querem evitar um deslize,
     Há cinco coisas a observar e de que cuidar;
     A quem fala, de quem fala,
     E como, quando e onde falar.

Rev. Carlos Roberto (Bob)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Como Tirar Proveito do Fracasso



Sou cristão há mais de trinta anos. Acredito que, em minha vivência cristã, frenquentei milhares de cultos na igreja, retiros, escolas dominicais, conferências. Todavia, durante esse período todo, nem uma vez sequer – nem uma única vez nas milhares de reuniões – ouvi um pastor falar sobre a questão do fracasso. Na verdade, é bem provável que eu mesmo não teria refletido seriamente sobre esse tópico se não tivesse passado por um fracasso esmagador que me levou a enfrentar o problema pessoalmente.
O fato de pastores não tratarem desse assunto não significa que ele não tinha importância. Qualquer cristão fracassou alguma vez sabe quão devastadora a experiência pode ser e quais questões ela suscita: Onde está Deus? Como ele deixou isso acontecer? Estou fora da sua vontade? O que faço agora? Deus realmente se preocupa, ele existe? São questões angustiantes. Qual é o significado do fracasso para um cristão?
Os cristãos nem sempre prosperam naquilo que eles empreendem. Algumas vezes, eles realmente fracassam.
Encontramos nas Escrituras exemplos de fracassos. Por exemplo, Deus prometeu dar a terra de Canaã às doze tribos de Israel. Mas, em Juízes 1.19, lemos que “O SENHOR estava em Judá, e assim Judá ocupou a região montanhosa; mas não conseguiu expulsar os habitantes dos vales, pois eles tinham carros feitos de ferro”. Olhe para o que ele diz aqui: “O Senhor estava com os exércitos de Judá” – mas, a despeito desse fato, embora conquistassem a terra, eles fracassaram em derrotar o inimigo deles nas planícies, por causa dos carros de guerra feitos de ferro que possuíam! Isto não parece fazer sentido: Deus estava com eles, e, todavia, fracassaram. Como devemos entender tal fracasso na vida do cristão?
Deus nos prometeu estar conosco, dando-nos poder e ajudando-nos. Essa é a razão pela qual o exemplo em Juízes é tão enigmático. O Senhor estava com eles, mas ainda assim eles fracassaram. Dessa forma, é difícil explicar como nós fracassamos em coisas que decidimos fazer na força Dele.
Desse modo, fui conduzido ao que era, para mim, uma nova compreensão radical em relação à vontade de Deus, a saber, que a vontade de Deus para nossas vidas pode incluir o fracasso. Em outras palavras, a vontade de Deus pode ser o fracasso, e ele pode conduzir você ao fracasso! Isso ocorre porque há coisas que Deus tem de ensiná-lo através do fracasso, coisas que ele nunca poderia lhe ensinar através do sucesso.
Isso me traz à mente um pensamento que assombrou o pastor Erwin Lutzer num momento em que se via muito envolvido com o pastorado: Você pode não estar realizando tanto quanto você pensa que está. Podemos fazer muitas coisas para o Senhor, mas, mesmo assim, ainda podemos fracassar em ser o tipo de pessoa que Deus deseja que sejamos. Em última análise, o importante não é o sucesso aos olhos do mundo, mas o sucesso aos do Senhor.
Ora, isso é tanto encorajador como incriminador. Por um lado, é encorajador porque, ainda que fracassemos, o nosso fracasso pode ser a melhor parte do sucesso aos olhos do Senhor.
Por outro lado, é incriminador porque podemos pensar que temos realizado muito quando realmente temos feito tão pouco ou quase nada à vista do Senhor.
Bem, qual aplicação prática que tudo isso tem para as nossas vidas? Dois pontos podem ser colocados.
Precisamos aprender com nossos fracassos. Pergunte a si mesmo o que você teria feito de forma diferente em determinada situação ou o que você poderia fazer de modo diferente na próxima vez. Pergunte a si mesmo que espécie de reação Deus quer que você tenha, ou que traço do caráter pode ser desenvolvido em você como resultado da derrota. Aprenda a partir de seu fracasso.
Um famoso psiquiatra certa vez observou que a palavra mais triste no vocabulário humano é “se”. Para ele, as pessoas que ficam presas em seus fracassos passam a vida toda dizendo: “Se – se eu tivesse tentado mais, se eu tivesse sido mais amável com meus filhos, se eu tivesse sido mais sincero, se...” A maneira de corrigir essa mentalidade é mudar o seu vocabulário, substituindo-o pelas palavras “da próxima vez” – “da próxima vez tentarei mais, da próxima vez serei mais amável com meus filhos, da próxima vez serei mais sincero”.
O fracasso não é fracasso se você fizer melhor da próxima vez.
Nunca desanime. Só porque fracassou não significa que tudo acabou para você. Você nunca ficará acabado somente por fracassar. Você estará acabado somente se você desistir. Mas não desista! Com a força de Deus, recolha os cacos de seu fracasso e, tendo aprendido com ele, prossiga.
Assim, quando você se encontrar com o fracasso, não desista. Peça a Deus forças para continuar. Ele vai te fortalecer. Na verdade, há um nome bíblico para essa qualidade. Chama-se perseverança. Através do fracasso, se você responder de modo correto, Deus pode construir a virtude da perseverança em sua vida.
Portanto, o fracasso na vida de um cristão não deveria nos surpreender. Deus tem coisas importantes para nos ensinar através do fracasso – e o verdadeiro sucesso, o sucesso que conta para a eternidade, consiste em aprender essas lições. Assim, quando você fracassar, não se desespere nem pense que Deus o abandonou; ao contrário, aprenda com seus fracassos e nunca desista. Essa é a fórmula para o sucesso. Ben Stein, autor, advogado, economista e ator, diz: “O espírito humano nunca se acaba quando é vencido. Ele se acaba quando se entrega”. Meu conselho é: nunca desista!

Rev. Carlos Roberto (Bob)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Jesus Ajuda os Discípulos a Aumentarem sua Fé



Em Lucas 17.5, os apóstolos pediram ao Senhor que lhes aumentasse a fé. Como Jesus os ajudou nisso? De duas maneiras, nas quais Ele lhes falou a verdade. Mesmo na maneira como Jesus respondeu, Ele mostra como a fé vem pelo ouvir. Conhecer certas coisas pode aumentar nossa fé.
Primeira, Ele fortaleceu a nossa fé por nos dizer (v. 6) que o elemento crucial em realizar grandes coisas, para promover o reino de Deus, não é a quantidade de nossa fé, e sim o poder de Deus. Jesus disse: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá”. Ao se referir ao grão de mostarda, depois de receber um pedido sobre a fé aumentada, o Senhor Jesus desvia a atenção da quantidade da fé para o objeto da fé. Deus move a amoreira. E isso não depende necessariamente da quantidade de nossa fé, e sim do poder, da sabedoria e do amor de Deus. Sabendo isso, somos ajudados a não nos inquietarmos quanto à nossa fé e inspirados a confiar na livre iniciativa e poder de Deus.
Segunda, Jesus ajuda-nos a aumentar a fé por dizer-nos (vv. 7-10) que, ao fazermos tudo quanto nos foi ordenado, ainda somos radicalmente dependentes da graça. Ele nos dá uma ilustração. Talvez você queira ler novamente os versículos 7 a 10. A essência da ilustração é que o senhor de um escravo não se torna devedor deste, quando este realiza muitos trabalhos. O significado é que Deus nunca é nosso devedor. O versículo 10 resume este fato: “Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer”. Somos servos indignos; temos feito somente aquilo que é nosso dever. Sempre somos devedores para com Deus. E nunca seremos capazes de pagar este débito, nem isto é esperado de nós. Sempre seremos dependentes da graça de Deus. Nunca conseguiremos sair de nosso débito para uma condição em que Deus é nosso devedor. “Quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?” (Romanos 11.35).
Quando Jesus disse (v. 9) que o senhor não agradeceu ao servo, a palavra “agradecer” é provocante. Creio que a idéia é de que “agradecer” é uma reação à graça. A razão por que o senhor não agradeceu é que o servo não estava dando ao senhor mais do que este merecia. Ele não estava tratando o senhor com graça. Graça significa ser tratado melhor do que merecemos. Isto é o que acontece em nosso relacionamento com Deus. Nunca podemos tratar a Deus com graça. Nunca podemos dar-Lhe mais do que Ele merece. Isto significa que Ele nunca nos deve agradecimentos. Ele nunca nos diz: “Obrigado!” Pelo contrário, Deus está sempre nos dando mais do que merecemos, e sempre Lhe devemos agradecimentos.
Portanto, a lição para nós é que, ao fazermos tudo o que devemos — quando tivermos resolvido todos os problemas da igreja, corrigido todas as atitudes de todos os crentes, mobilizado muitos missionários, amado os pobres, resgatado casamentos, criado filhos piedosos, cumprido todas as promessas que fizemos, honrado todas as responsabilidades de nossos negócios e proclamado com ousadia a Cristo — Deus não nos deve qualquer agradecimento. Pelo contrário, naquele momento nos relacionaremos com Ele como devedores à graça, assim como o fazemos agora.
Isto é um grande encorajamento para a fé. Por quê? Porque significa que Deus é tão livre para abençoar-nos antes de nos mostrarmos eficientes como também depois. Visto que somos servos “inúteis”, antes de fazermos o que devíamos, e “inúteis” depois de havermos feito, é somente a graça que motiva a Deus a ajudar-nos. Por conseguinte, Ele é livre para ajudar-nos antes e depois de O servirmos. Isto é um grande incentivo para confiarmos nEle, a fim de recebermos ajuda, quando não estamos sendo eficientes. E esta confiança é exatamente aquilo que obtém o poder de sermos eficientes.

Portanto, duas coisas aumentam nossa fé.
1. Deus mesmo, e não a quantidade de nossa fé, é o fator decisivo em remover amoreiras do caminho.
2. A graça espontânea é decisiva na maneira como Deus lida conosco antes e depois de havermos feito tudo o que devíamos.

Nunca agimos além de nossa necessidade por graça. Por isso, confiemos em Deus para as grandes coisas com nossa pequena fé e não sejamos paralisados por aquilo que ainda precisa ser feito em nossa vida pessoal, na igreja, em nossa profissão e na causa de missões mundiais.

Rev. Carlos Roberto (Bob)

Amando a Deus por Aquilo que Ele é



Uma das mais admiráveis verdades que descobri foi esta: Deus é mais glorificado em mim quando sou mais satisfeito nEle.
Este é o lema que direciona meu ministério como pastor. Afeta tudo o que eu faço.
Se eu como, bebo, prego, aconselho ou faço — em tudo isso, o meu alvo é glorificar a Deus pela maneira como o faço (1 Co 10.31). Isto significa que meu alvo é fazer tudo de modo que revele como a glória de Deus tem satisfeito os anelos de meu coração. Se a minha pregação denunciasse que Deus não tem satisfeito minhas necessidades, ela seria fraudulenta. Se Cristo não fosse a satisfação de meu coração, será que as pessoas creriam, quando eu proclamasse a mensagem dEle: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede” (Jo 6.35)?
A glória do pão consiste em que ele satisfaz. A glória da água viva está no fato de que ela sacia a sede. Não honramos a água refrescante, auto-renovadora e pura que desce da fonte na montanha, quando lhe damos nossa contribuição por trazermos baldes de água de poços do vale. Honramos a fonte por sentirmos sede, ajoelharmo-nos e bebermos com gozo. Em seguida, dizemos: “Ahhhh!” (isto é adoração!) e prosseguimos nossa jornada com a força proveniente da fonte (isto é serviço). A fonte da montanha é mais glorificada quando mais nos satisfazemos com a sua água.
Tragicamente, muitos de nós fomos ensinados que o dever, e não o deleite, é a maneira de glorificarmos a Deus. Não aprendemos que o deleite em Deus é nosso dever! Satisfazer-se em Deus não é um acréscimo opcional ao verdadeiro dever cristão. É a exigência mais elementar de todas. “Agrada-te do Senhor” (Sl 37.4). Não é uma sugestão, é uma ordem, assim como o são: “Servi ao Senhor com alegria” (Sl 100.2) e: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fp 4.4).
A responsabilidade de um pastor é mostrar com clareza aos outros que o amor de Deus “é melhor do que a vida” (Sl 63.3). Se o amor de Deus é melhor do que a vida, é também melhor do que tudo o que a vida neste mundo oferece. Isto significa que a satisfação não está nos dons, e sim na glória de Deus — a glória do amor, do poder, da sabedoria, da santidade, da justiça, da bondade e da verdade de Deus.
Esta é a razão por que o salmista clamou: “Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre” (Sl 73.25-26). Nada na terra, nenhum dos dons de Deus, na criação — podia satisfazer o coração de Asafe. Somente Deus podia. Davi queria expressar isso quando disse ao Senhor: “Tu és o meu Senhor; outro bem não possuo, senão a ti somente” (Sl 16.2).
Davi e Asafe nos ensinam, por seu anelo centralizado em Deus, que os dons de Deus — como saúde, riqueza e prosperidade — não satisfazem. Somente Deus satisfaz. Seria presunção não agradecer a Deus pelos seus dons (“Não te esqueças de nem um só de seus benefícios” — Sl 103.2), mas seria uma atitude idólatra chamar de amor a Deus a alegria que obtemos de tais dons. Quando Davi disse ao Senhor: “Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Sl 16.11), ele estava afirmando que estar próximo de Deus é a única experiência todo-satisfatória do universo.
Não era pelos dons de Deus que Davi anelava como um amante profundamente apaixonado. “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Sl 42.1-2). Davi queria experimentar uma revelação da glória e do poder de Deus: “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água. Assim, eu te contemplo no santuário, para ver a tua força e a tua glória” (Sl 63.1-2). Somente Deus satisfará um coração como o de Davi, que era um homem segundo o coração de Deus. Fomos criados para sermos assim.
Isto é a essência do que significa amar a Deus — satisfazer-se nEle. NEle! Amar a Deus pode incluir obedecer a todos os seus mandamentos, pode incluir crer em toda a sua Palavra e agradecer-Lhe por todos os seus dons. Mas a essência de amar a Deus é desfrutar de tudo o que Ele é. Este desfrutar de Deus glorifica mais plenamente a dignidade dEle, em especial quando tudo ao redor de nossa alma está desmoronando.
Todos sabemos disso por intuito, bem como por meio das Escrituras. Sentimo-nos mais honrados pelo amor daqueles que nos servem por obrigação ou pelo deleite da comunhão? Minha esposa é mais honrada quando eu lhe digo: “Gastar tempo com você me torna feliz”. Minha felicidade é o eco da excelência dela. O mesmo é verdade em relação a Deus. Ele é mais glorificado quando nos satisfazemos mais nEle.
Nenhum de nós tem chegado à completa satisfação em Deus. Freqüentemente, sinto-me triste com o murmurar de meu coração sobre a perda de confortos mundanos, mas tenho provado que o Senhor é bom. Pela graça de Deus, conheço agora a fonte de gozo eterno; por isso, gosto muito de passar os dias atraindo as pessoas a este gozo, até que possam dizer comigo: “Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo” (Sl 27.4).

Rev. Carlos Roberto (Bob)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

NÃO EXISTE DESCULPA PARA SE DAR MUITAS DESCULPAS

Noventa e nove por cento dos fracassos advêm de pessoas que têm o hábito de dar desculpas” (George Washington Carver). Você nunca será um fracasso, até que comece a culpar os outros. Pare de pôr a culpa nos outros.  Descobrirá que, ao se tornar bom em se justificar, não será bom em mais nada. Justificativas são as ferramentas que uma pessoa sem propósito ou visão usa para construir grandes monumentos à presunção.
Você pode aprender com os seus erros, se não perder tempo os negando ou se defendendo. “Parece-me, nos dias atuais, que as pessoas que admitem estar erradas chegam muito mais longe do que as que provam estar certas” (Deryl Pfizer). O que o veneno é para o alimento os álibis são para a vida produtiva. “O trabalho enobrece; a muita conversa empobrece” (Provérbios). “Alguns homens apresentam milhares de razões para não fazer o que querem, quando tudo que realmente necessitam é de uma razão para fazer” (Willis Whitney).
Um dos maiores álibis é o remorso. Não deixe remorsos em campo – dê tudo o que pode no jogo da vida. “A coisa mais importante que aprendi na vida é não lamentar por nada” (Somerset Maugham). Acabe com todos os seus desgostos. “O desgosto é um terrível desperdício de energia; não se pode construir sobre ele. Serve apenas para se afundar mais ainda” (Katherine Mansfield). A verdade é que mil lamentos não pagam uma só dívida. Viva de tal modo que no fim de sua vida se possa ler em sua lápide: “Sem remorsos”.
Quando um vencedor comete um erro, diz: “Eu errei.” Quando um perdedor comete um erro, diz: “Não foi minha culpa” Você admite e diz “Eu errei” ou diz “Não foi minha culpa”? Um vencedor explica; um perdedor se justifica.
Pessoas ociosas sempre encontram desculpas. A expressão não posso em geral significa que não irá tentar. A expressão “não posso” enfraquece nossa determinação e muitas vezes causam mais mal, calúnias ou mentiras. Não posso é a pior desculpa e o principal inimigo do sucesso.
Temos muitas explicações para o fracasso, mas não uma verdadeira desculpa. “As desculpas sempre substituem o progresso” (Ralph Waldo Emerson). O livro de Filipenses declara: “Em tudo o que fizerem, fiquem longe de reclamações e de discussões, de modo a que ninguém possa atribuir nenhuma culpa contra vocês.” Álibis e justificativas deveriam ser cremados, e não embalsamados. Quem se justifica está sempre se acusando. Quando negamos um erro, nós o dobramos.
“Os melhores anos de sua vida serão aqueles em que você se decidir que os seus problemas são seus. Em que não culpa a sua mãe, nem a ecologia, nem o presidente”.  (Albert Ellis). Não adquira um álibi. Devíamos viver nossas vidas como Florence Nightingale quando exprimiu: “Atribuo o meu sucesso primeiramente ao Deus Vivo e Verdadeiro e a isto: nunca dei ou aceitei justificativa”.

                                                                                               Rev. Carlos Roberto (Bob)



Pense bem...

“O meu relacionamento com Deus não deve basear naquilo que Ele pode fazer por mim, mas no que eu posso fazer tendo um Deus como Ele”.



Assumindo O Meu Papel Na História

 
“Sucedeu depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que este falou a Josué... dispõe agora, passa este Jordão...” Josué 1. 1,2

Os hinos tradicionais são verdadeiros tesouros, e não podem ser esquecidos. Um deles, em particular, faz vibrar todas as fibras de minha alma, cada vez que o ouço:
 
Rude cruz se erigiu,                                                Deu a vida por mim, pecador.
Dela o dia fugiu,                                                 Sim eu amo a mensagem da cruz
Como emblema de vergonha e dor.              Té morrer eu a vou proclamar.
Mas eu amo essa cruz,                                        Levarei eu também minha cruz
Porque nela Jesus                                                        Té por uma coroa trocar
                                     
(Harpa Cristã – Hino 291)

Esse cântico é uma convocação a subirmos os degraus da nossa conversão. Não é necessário ser profundo conhecedor das Escrituras para se perceber que nos convertemos em três níveis:
O nível mais elementar da conversão acontece quando nos convertemos dos falsos deuses ao Deus verdadeiro. O segundo nível ocorre quando nos convertemos do nosso egoísmo ao senhorio de Cristo e entregamos as rédeas de nossa vida nas mãos de Deus. Mas o terceiro nível de nossa conversão acontece quando nos convertemos à causa de Cristo. Somente então ele passa a ser realmente a razão do nosso viver. Abraçar o ideal de Cristo é o que nos motiva a vencer os períodos  de depressão, a tentação da carne e do egoísmo.
Alguém já disse que “os nossos ideais são como estrelas: não podemos tocá-las, mas assim como os navegantes dos mares, podemos escolhê-las como guias, e segui-las”. E meu desejo é que você também abrace a causa de Cristo com o mesmo ardor e a mesma determinação com que a abraçaram homens que, como Josué, trilharam a senda do chamado de Deus com determinação e graça.
Eis um nível de conversão que muitos de nós ainda precisamos experimentar. Ainda somos pessoas que trabalham para comer, comem para sobreviver, e vivem para trabalhar. Precisamos abraçar o ideal de Cristo, e estar prontos para viver e morrer por ele.
Aprendemos que quando abraçamos o ideal de Deus, assumimos o nosso papel histórico. Moisés já morreu. Alguém precisava tomar o bastão e levá-lo adiante. E tem de ser um homem que esteja disposto a exercer seu papel histórico.
Comecei a exercer o pastorado com 28 anos de idade, e naquela época pensava: “Quando chegar o dia em que for preciso assumir a minha responsabilidade histórica dentro do reino de Deus eu o farei”.  E esta semana, enquanto escrevia esse texto, comecei a me dar conta do seguinte:
O pastor que me batizou já morreu.  O que fez a minha pública profissão de fé também morreu. Dos dois pastores que fizeram minha cerimônia de casamento, um já morreu.  Dos três pastores que participaram da minha ordenação, um morreu, e um foi jubilado.
Com idade que estou hoje, Alexandre, o Grande, já tinha conquistado o mundo e já tinha morrido; Mozart já havia sido consagrado o grande gênio da música mundial; John Kennedy já tinha sido senador dos Estados Unidos; Billy Graham já tinha pregado ao mundo inteiro.
Pensei comigo mesmo que por todos esses anos esperava o dia de começar a assumir a minha responsabilidade, mas os dias voaram, as semanas passaram ligeiro, os anos se transformaram em décadas, e fico a perguntar: “Quando, Senhor?”
Mas é hoje que o mundo precisa de uma igreja que assuma historicamente, que não esteja apenas em busca de bênçãos, mas levantando os olhos para as nações da terra que precisam ser alcançadas com o Evangelho de Jesus Cristo.
Deus está procurando homens e mulheres que estejam dispostos a assumir a responsabilidade do contexto histórico no qual estão vivendo e tomem o firme propósito de não permitirem que os anos passem, virem décadas e que as décadas passem por suas vidas enquanto eternamente se prometem que um dia levarão as coisas de Deus a sério.,
Tenho grande admiração pela história de vida de João Wesley, o grande fundador da igreja metodista. John Wesley orava assim: “Senhor, dá-me cem homens que não temam outra coisa senão o pecado,  não amem outra pessoa senão a Deus, e eu abalarei o mundo. Não me importo se são pastores ou leigos, com eles eu devastarei o reino de Satanás e edificarei o reino de Deus na terra”.

Chegou a hora da Ipcamp – Igreja Viva se despertar, assumir seu papel histórico, como povo do Cristo Vivo dizer: “Eis-nos aqui, Senhor, reveste-nos com a tua graça!” O bastão está na nossa mão. A ordem está diante de nós. Quem irá? Quem se dispõe a dizer: Eis-me aqui, Senhor!
 Rev. Carlos Roberto (Bob)


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

CORAÇÃO COMPUNGIDO E CONTRITO



"Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás" (Salmos 51.17)

Uma das marcas do nosso tempo é o abandono do temor a Deus. Temor é uma palavra que a cultura contemporânea excluiu do dicionário. No lugar dela, cresce a busca pela autoconfiança. Uma vez que não temos nenhum referencial fora de nós, assumimos que somos nosso próprio deus. Num mundo assim, não existem limites ou fronteiras. Tudo é possível, permitido e aceitável. Surge então um desequilíbrio perigoso.
A oração do rei Davi no Salmo 51 é uma das pérolas da Bíblia. Não posso imaginar a vida sem essa oração, que nos conduz às profundezas da alma humana. Encontramos nela o espelho dos movimentos mais profundos de nossas emoções. Ela descreve a anatomia da alma humana e demonstra um equilíbrio maduro entre o temor a Deus e uma auto-estima saudável.
O contexto é bem conhecido. Trata-se do terrível adultério do rei Davi com Bate-Seba, seguido da trama para matar seu marido, Urias. O plano perverso de Davi acontece. Depois da morte de Urias, ele se casa com Bate-Seba e o filho nasce. Porém, Davi não consegue conviver em paz com seu pecado. Graças a Deus por isso. Ele tentou esquecer, remendar, mas nada adiantou. Seu corpo começou a sentir o peso do pecado. Por mais que a cultura moderna nos tente convencer que o pecado não existe, seus sinais estão por toda parte.
Não havia sacrifício para o pecado de Davi, já que o crime que cometeu fora premeditado. É por isso que ele diz: “Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos”. Davi então entende que o sacrifício com o qual Deus se agrada é um espírito quebrantado e um coração compungido e contrito. Pouca coisa descreve melhor a necessidade humana do que essa declaração. Algumas razões:
Um espírito quebrantado e um coração contrito nos conduzem à realidade sobre quem somos. Observe os pronomes usados por ele: “minhas transgressões; minha iniqüidade; meu pecado; eu pequei contra ti; eu fiz o que é mau, eu nasci na iniqüidade”. Davi tem consciência de quem ele é. Isso nos ajuda a parar de jogar e brincar com a vida - a nossa e a dos outros. Por causa desse coração e espírito, ele assume seu erro e pecado. Não busca justificar seu erro com o erro dos outros, com aquelas desculpas conhecidas: “todo mundo faz o mesmo”, “não tive escolha”, “fui pressionado”. Ele não diz que foi “consensual”. Adultério é adultério, mesmo sendo consensual. Ele sabe que sua ofensa atinge primeiramente a Deus: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos; esconde o rosto dos meus pecados; não me repulses da tua presença, nem me retires teu Santo Espírito”. É a Deus que ele ofendeu, antes de Bate-Seba e Urias. É isso que o temor a Deus produz.
Essa oração nos conduz também a uma compreensão real sobre Deus. Veja a forma como ele se refere a Deus: compaixão, benignidade, misericórdia, amor, justiça, santidade. Ao pedir para ver a glória de Deus, Moisés ouviu a seguinte resposta: “Farei passar toda a minha bondade diante de ti... terei misericórdia e compaixão”. Davi volta-se para essa revelação, para o amor eterno, amor da aliança. É nesse amor que ele se apega. É nessa compaixão que ele deposita sua confiança.
É uma oração que nos conduz a um milagre. Encontramos nela afirmações enfáticas: “Purifica-me, lava-me, faze-me ouvir júbilo e alegria, cria em mim um coração puro, renova dentro em mim um espírito inabalável, apaga as minhas transgressões, restitui-me a alegria da salvação, sustenta-me com um espírito voluntário, livra-me dos crimes, abre meus lábios”. Ao suplicar pelo milagre de um coração puro, Davi usa a mesma palavra de Gênesis 1: Deus criando a partir do nada. Somente ele pode criar uma nova realidade, uma nova criação. É exatamente o que Jesus veio fazer: “Eis que faço novas todas as coisas”.
Deus não despreza um espírito quebrantado e um coração contrito. É somente com um temor sincero para com ele que podemos desenvolver uma compreensão clara sobre nós. É essa atitude que torna possível ao ser humano construir uma autoconfiança saudável.
Rev. Carlos Roberto

 

 


Pense bem...

 

Um espírito quebrantado e um coração contrito nos conduzem à realidade sobre quem somos. Observe os pronomes usados por ele: “minhas transgressões; minha iniqüidade; meu pecado; eu pequei contra ti; eu fiz o que é mau, eu nasci na iniqüidade”. Davi tem consciência de quem ele é. Isso nos ajuda a parar de jogar e brincar com a vida - a nossa e a dos outros. Por causa desse coração e espírito, ele assume seu erro e pecado.”