quinta-feira, 3 de maio de 2012

Estratégias para Lutar Contra a Lascívia


Estou pensando em homens e mulheres. Para os homens, isto é óbvio. A necessidade de lutar contra o bombardeamento de tentações visuais para nos fixarmos em imagens sexuais é urgente. Para as mulheres, isto é menos óbvio, porém tal necessidade se torna maior, se ampliamos o escopo da tentação de alimentar imagens ou fantasias de relacionamentos. Quando uso a palavra “lascívia”, estou me referindo principalmente à esfera dos pensamentos, imaginações e desejos que visualizam as coisas proibidas por Deus e freqüentemente nos levam a conduta sexual errada.

Não estou dizendo que o sexo é mau. Deus o criou e o abençoou. Deus tornou o sexo agradável e definiu um lugar para ele, a fim de proteger sua beleza e poder — ou seja, o casamento entre um homem e uma mulher. Mas o sexo tornou-se corrompido pela queda do homem no pecado. Portanto, temos de exercer restrição e fazer guerra contra aquilo que pode nos destruir. Em seguida, apresentamos algumas estratégias para lutar contra desejos errados.

Evitar — evite, tanto quanto for possível e sensato, imagens e situações que despertam desejos impróprios. Eu disse “tanto quanto possível e sensato”, porque às vezes a exposição à tentação é inevitável. E usei os termos “desejos impróprios” porque nem todos os desejos por sexo, alimento e família são maus. Sabemos quando tais desejos são impróprios, prejudiciais e estão se tornando escravizantes. Conhecemos nossas fraquezas e o que provoca tais desejos. Evitar é uma estratégia bíblica. “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça” ( 2 Tm 2.22). “Nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.14).

Não — diga “não” a todo pensamento lascivo, no espaço de cinco segundos.1 E diga-o com a autoridade de Jesus Cristo. “Em nome de Jesus: Não!” Você não tem mais do que cinco segundos. Se passar mais do que esse tempo sem opor-se a tal pensamento, ele se alojará em sua mente com tanta força, a ponto de se tornar quase irremovível. Se tiver coragem, diga-o em voz alta. Seja resoluto e hostil. Como disse John Owen: “Mate o pecado, se não ele matará você”.2 Ataque-o imediatamente, com severidade. “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).

Voltar — volte seus pensamentos forçosamente para Cristo, como uma satisfação superior. Dizer “não” será insuficiente. Você tem de mover-se da defesa para o ataque. Combata o fogo com fogo. Ataque as promessas do pecado com as promessas de Cristo. A Bíblia chama a lascívia de “concupiscências do engano” (Ef 4.22). Tais concupiscências mentem. Prometem mais do que podem oferecer. A Bíblia as chama de “paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância” (1 Pe 1.14). Somente os tolos cedem a elas. “Num instante a segue, como o boi que vai ao matadouro” (Pv 7.22). O engano é vencido pela verdade. A ignorância é derrotada pelo conhecimento. E tem de ser uma verdade gloriosa e um conhecimento formoso. Preciso de breves retratos de Cristo para me manter despertado, espiritualmente, para a sublime grandeza do Senhor Jesus. Temos de encher nossa mente com as promessas e os deleites de Jesus. E volvermo-nos imediatamente para tais promessas e deleites, depois de havermos dito “não”.

Manter — mantenha, com firmeza, a promessa e o deleite de Cristo em sua mente, até que expulsem a outra imagem. “Olhando firmemente para... Jesus” (Hb 12.2). Muitos fracassam neste ponto. Eles desistem logo. Dizem: “Tentei expulsar a fantasia, mas não deu certo”. Eu lhes pergunto: “Por quanto tempo fizeram isso?” Quanta rigidez exerceram em sua mente? Lembre: a mente é um músculo. Você pode flexioná-la com violência. Tome o reino de Deus por esforço (Mt 11.12). Seja brutal. Mantenha diante de seus olhos a promessa de Cristo. Agarre-a. Agarre-a! Não a deixe ir embora. Continue segurando-a. Por quanto tempo? Quanto for necessário. Lute! Por amor a Cristo, lute até vencer! Se uma porta automática estivesse para esmagar seu filho, você a seguraria com toda a sua força e gritaria por ajuda. E seguraria aquela porta... seguraria... seguraria... Jesus disse que muito mais está em jogo no hábito da lascívia (Mt 5.29).

Apreciar — aprecie uma satisfação superior. Cultive as capacidades de obter prazer em Cristo. Uma das razões porque a lascívia reina em tantas pessoas é porque Cristo não lhes é muito cativante. Falhamos e somos enganados porque temos pouco deleite em Cristo. Não diga: “Esta conversa espiritual não é para mim”. Que passos você tem dado para despertar sua afeição por Cristo. Você tem lutado por encontrar gozo? Não seja fatalista. Você foi criado para valorizar a Cristo — de todo o coração — mais do que valoriza o sexo, o chocolate ou o açúcar. Se você tem pouco desejo por Cristo, os prazeres rivais triunfarão. Peça a Deus que lhe dê a satisfação que você não tem. “Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias” (Sl 90.14). E olhe... olhe... e continue olhando para Aquele que é a pessoa mais magnificente do universo, até que você o veja da maneira como Ele realmente é.

Mover – mova-se da ociosidade e de outros comportamentos vulneráveis para uma atividade útil. A lascívia cresce rapidamente no jardim da ociosidade. Encontre algo útil para realizar, com todas as suas forças. “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11); “Sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58). Seja abundante em atividades. Faça alguma coisa: limpe um quarto, pregue uma tábua, escreva uma carta, conserte uma torneira. E faça tudo por amor a Jesus. Você foi criado para administrar e trabalhar. Cristo morreu para nos tornar zelosos “de boas obras” (Tt 2.14). Substitua as concupiscências e paixões enganosas por boas obras.

Rev. Carlos Roberto (Bob)
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Pense Bem ...
“Muitas vezes, parece que para Deus a questão não está em como solucionar o sofrimento, mas em entender que o sofrimento é a solução.”

 

Quando Deus é tudo o que você tem, então ele é tudo o que você precisa.


Billy Joe Daugherty afirmou: “Não é difícil encontrar Deus! No entanto, existe uma condição: precisamos buscá-lo com todo o coração.”  Você sempre terá problemas se tentar conduzir  a sua vida sem Deus. Está registrado em 2 Cônicas 32.8: “ Conosco está o Senhor, o nosso Deus, para nos ajudar e para travar as nossas batalhas.” Deus, o supremo e insuperável guerreiro, habita  em você. Se você é um soldado de Cristo, não se preocupe  com a opinião pública. Preocupe-se apenas com a opinião de seu Comandante. Se você teme a Deus, não precisa temer mais nada.
Creio que deveríamos seguir o conselho de Mary Lyons: “Confie em Deus e faça alguma coisa”. Satanás não se importa  com o que adoramos desde que não adoremos a Deus. Muitas pessoas pedem que Deus as conduza e depois assumem a direção. O seu relacionamento com Deus irá durar caso ele seja o primeiro em sua vida. Muitas pessoas querem as bênçãos de Deus, entretanto não o querem.
Quando você perde Deus, não é Deus quem fica perdido. Algumas pessoas falam em achar Deus como se ele pudesse se perder. A Bíblia  declara: “Aproximem-se de Deus e ele se aproximará de vocês!” (Tiago 4.8). Tommy Barnett ponderou: “Quanto mais fundo vou, mais fundo ele vai.” Para agregar valor, conheça a Deus. Ore a ele assim: “Quero estar debaixo da tua vontade, e não em teu caminho.” William Law acrescentou: “Nada, além de nossa própria vontade, nos separou da vontade de Deus; ou melhor, nossa própria vontade é a nossa separação de Deus.”
Oswald Chambers nos aconselha: “Crie o hábito de tratar com Deus a respeito de todas as coisas. A menos que você aprenda, no primeiro instante do dia, a escancarar a porta para que Deus entre, você trabalhará em um nível errado durante todo o dia; entretanto, abra livremente a porta e ore ao se Pai  em secreto e todas as coisas públicas serão seladas com a presença de Deus.” Não recite apenas uma oração de cor; ore com o seu coração.
A Bíblia nos encontra onde estamos e, com a nossa permissão, ela nos levará para onde deveríamos estar. Outros livros nos foram dados para informar, mas a Bíblia nos foi dada para transformar. Quem só experimenta a Bíblia nunca adquire muito gosto por ela. O Salmo 35.27 declara: “O Senhor seja engrandecido! Ele tem prazer no bem-estar do seu servo.”
Nosso clamor sincero a Deus deve ser o mesmo de Isaías “Eis- me aqui. Envia-me!” (Isaías 6.8). Considere as palavras de W. H. Atken: “Senhor, toma os meus lábios e fala por meio deles; tome a minha mente e pense por meio dela; tome o meu coração e incendeie-o.” Precisamos dar a Deus não apenas o que temos, mas também o que somos.

Rev. Carlos Roberto (Bob)

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Pense Bem...

“Nada, além de nossa própria vontade, nos separou da vontade de Deus; ou melhor, nossa própria vontade é a nossa separação de Deus.” William Law

A Surpresa da FÉ


Os Evangelhos normalmente usam os milagres para enfatizar o poder e a autoridade de Jesus. Pelo menos nove histórias, no entanto, focalizam a fé. “A tua fé te curou”, dizia Jesus, desviando a atenção de si próprio e dirigindo-a à pessoa curada. O poder milagroso não provém apenas de sua parte; às vezes, depende, de alguma forma, de uma resposta do indivíduo.
Certa vez, li todas as histórias de milagre juntas e achei que elas revelam graus notavelmente diferentes de fé. Algumas pessoas demonstravam uma fé ousada e inabalável, como um centurião que disse a Jesus que não fazia questão de uma visita – apenas uma palavra curaria seu servo a distância. “Vou lhe dizer uma coisa, não conheci ninguém em Israel com tamanha fé”, observou Jesus, espantado.
Em outra ocasião, uma estrangeira perseguiu Jesus enquanto Ele procurava paz e tranquilidade. A princípio, Jesus não lhe uma só palavra. Depois, Ele respondeu rispidamente, e não para os “cães” – referindo-se à sua condição de gentia. Mas nada conseguia deter aquela mulher cananéia, e sua perseverança conquistou Jesus. “Mulher, tens uma grande fé!”, disse Ele.
Jesus parecia impressionado com o fato de que, como estrangeiras, essas pessoas eram as de que menos se poderia esperar que demonstrassem tanta fé. Por que um centurião e uma cananéia, sem quaisquer raízes judaicas, poderiam depositar sua confiança em um Messias cujos próprios conterrâneos tinham dificuldade em aceitar?
Essas histórias constituem uma ameaça para mim, porque raramente tenho uma fé não pronunciada. Ao contrário da mulher cananéia, sou facilmente desestimulado pelo silêncio de Deus. Quando minhas orações não parecem ser respondidas, sinto-me tentado a desistir, e não a pedir novamente. Identifico-me mais facilmente com o homem cético que declarou a Jesus: “Eu creio; ajuda-me na minha falta de fé!” Com muita frequência, pego-me refletindo essas palavras, oscilando entre a crença e a descrença, perguntando-me quanto estou perdendo por minha incredulidade.
Às vezes, Jesus se surpreendia com a falta de fé que constatava. Marcos faz seu extraordinário comentário sobre a visita de Jesus à sua cidade natal: “Não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.” Estranhamente, o poder de Deus foi “paralisado” pela falta de fé.
Para minha surpresa, notei, enquanto lia as histórias, que as pessoas que melhor conheciam Jesus às vezes hesitavam em sua fé. Seus próprios vizinhos o colocavam em dúvida. João, o Batista, que proclamara: “Eis o Cordeiro de Deus!” e que ouvira uma voz vinda dos céus por ocasião do batismo de Jesus, mais tarde chegou a questioná-lo. E várias vezes Jesus observou com admiração a falta de fé dos 12 discípulos.
Os três discípulos mais íntimos de Jesus testemunharam um dramático milagre pouco depois da sua morte. No Monte da Transfiguração, o rosto de Jesus brilhava como o Sol, e suas vestes se tornaram resplandecentes e sobremodo brancas. Uma nuvem envolveu os discípulos, e dentro dessa nuvem, para a surpresa de todos, eles encontraram dois gigantes há muito falecidos da história judaica: Moisés e Elias. Era demais para a concepção dos embasbacados discípulos; quando a voz de Deus se fez ouvir dentro da nuvem, eles caíram por terra, aterrorizados. Entretanto, que impacto teve esse estupendo evento? Pouco depois, as testemunhas oculares da transfiguração se juntaram aos outros 12 discípulos que abandonaram – negaram, no caso de Pedro – Jesus no momento em que ele mais necessitava.
Esquecemo-nos facilmente de que Judas assistira, durante três anos, à operação de grandes milagres por Jesus e de que ouvira seus ensinamentos; mesmo assim, traiu Jesus. Outro discípulo, “o descrente Tomé”, ganhou a fama de cético, mas, na verdade, todos os discípulos demonstravam certa falta de fé. Nenhum deles acreditou nos fantásticos relatos que as mulheres trouxeram do túmulo vazio. Mesmo depois que Jesus apareceu-lhes pessoalmente, diz Mateus: “Alguns ainda duvidavam”.
Uma curiosa lei da reversão parece atuar nos Evangelhos: a fé aparece onde menos se espera e falha onde deveria triunfar.
Diante do que foi exposto até aqui, será que o querido irmão pode também receber a declaração de Cristo  - “grande é a tua fé!”.

Rev. Carlos Roberto (Bob)

Não seja o primeiro a iniciar



Recentemente vi uma placa colada abaixo de um enorme peixe empalhado, dependurado em uma parede, que dizia: “Se tivesse ficado de boca fechada, não estaria aqui hoje”. Quanta verdade! O que dizemos é muito importante. Jó 6.25 nos faz lembrar: “Como doem as palavras verdadeiras!”. Permita-me lhe perguntar: o que aconteceria, caso você mudasse o seu discurso a respeito de seu maior problema e de sua maior oportunidade?
Nossa oração a Deus deveria ser: “Ó Senhor, enche a minha boca de coisas dignas, e cutuca-me quando já tiver dito o suficiente”.Provérbio 29.11 declara: “O tolo dá vazão à sua ira”.Jamais permita que a sua língua pronuncie o que lhe custará a cabeça mais tarde. A língua do ser humano está a apenas alguns centímetros do cérebro; no entanto, quando ouvimos algumas pessoas falando, ela parece estar a quilômetros de distância. A língua se move em grande velocidade quando o cérebro está em ponto morto.
Um treinador de corrida em velocidade de uma escola de ensino médio estava encontrando dificuldades para motivar a sua equipe; não conseguia motivá-los de modo que dessem o seu melhor. O time ganhara a distinta reputação de chegar em último lugar em todas as competições de que participava. Um dos fatores que contribuíam para que o seu programa não tivesse sucesso era a sua tática ao fazer seus “discursos de estímulo”.  A ferramenta motivadora que lhe parecia mais eficaz era dizer à sua equipe: “Continuem virando à esquerda e voltem depressa”. As palavras que você usa podem reacender o entu8siasmo ou extinguir de vez uma paixão.
Escolha falar positivamente, escolha palavras que motivem, escolha palavras agradáveis. Pascal comentou: “Palavras amáveis não custam muito. Não provocam bolhas na língua nem na boca. Nunca se ouviu falar que causassem problemas mentais. E, embora não custam muito, elas podem realizar muita coisa. Elas produzem uma boa disposição nos outros. Também imprimem sua própria imagem na alma da pessoa – e que imagem mais linda!” Colossenses 4.6 aconselha: “Que o seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam como responder a cada um”.Sir Wilfred Grenfell afirmou: “Espalhe algumas palavras amáveis pelo caminho; não se pode prever até onde chegará o bem que poderão provocar”.
“As palavras ‘Eu sou’ são poderosas; cuidado a que as vinculará. O que você reivindica tem a capacidade de retornar para reivindicá-lo” (A. L. Kietselman). Algumas vezes os seus maiores inimigos, e amigos mais confiáveis, são as palavras que você diz a si mesmo. Henry Ward Beecher fez a seguinte reflexão: “Uma palavra de ajuda a uma pessoa que se encontra encrencada muitas vezes é como a alavanca de mudança em uma estrada de ferro; (...) ela está a apenas alguns centímetros de um grande desastre, como também de uma tranquila e contínua prosperidade.” Johann Lavater sugeriu: “Nunca diga nada de mau sobre alguém se não tiver certeza; e, caso tenha certeza, pergunte  a si mesmo: ‘ Por que deveria contar isso?’.”
A Bíblia afirma que há vida e morte no poder da língua (Provérbios 18.21). Quais palavras produzem maior impacto sobre você? George Burnham afirmou: “’Eu não consigo fazer’ nunca produziu nada. ‘Eu tentarei’ já realizou maravilhas”.

     Se seus lábios querem evitar um deslize,
     Há cinco coisas a observar e de que cuidar;
     A quem fala, de quem fala,
     E como, quando e onde falar.

Rev. Carlos Roberto (Bob)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Como Tirar Proveito do Fracasso



Sou cristão há mais de trinta anos. Acredito que, em minha vivência cristã, frenquentei milhares de cultos na igreja, retiros, escolas dominicais, conferências. Todavia, durante esse período todo, nem uma vez sequer – nem uma única vez nas milhares de reuniões – ouvi um pastor falar sobre a questão do fracasso. Na verdade, é bem provável que eu mesmo não teria refletido seriamente sobre esse tópico se não tivesse passado por um fracasso esmagador que me levou a enfrentar o problema pessoalmente.
O fato de pastores não tratarem desse assunto não significa que ele não tinha importância. Qualquer cristão fracassou alguma vez sabe quão devastadora a experiência pode ser e quais questões ela suscita: Onde está Deus? Como ele deixou isso acontecer? Estou fora da sua vontade? O que faço agora? Deus realmente se preocupa, ele existe? São questões angustiantes. Qual é o significado do fracasso para um cristão?
Os cristãos nem sempre prosperam naquilo que eles empreendem. Algumas vezes, eles realmente fracassam.
Encontramos nas Escrituras exemplos de fracassos. Por exemplo, Deus prometeu dar a terra de Canaã às doze tribos de Israel. Mas, em Juízes 1.19, lemos que “O SENHOR estava em Judá, e assim Judá ocupou a região montanhosa; mas não conseguiu expulsar os habitantes dos vales, pois eles tinham carros feitos de ferro”. Olhe para o que ele diz aqui: “O Senhor estava com os exércitos de Judá” – mas, a despeito desse fato, embora conquistassem a terra, eles fracassaram em derrotar o inimigo deles nas planícies, por causa dos carros de guerra feitos de ferro que possuíam! Isto não parece fazer sentido: Deus estava com eles, e, todavia, fracassaram. Como devemos entender tal fracasso na vida do cristão?
Deus nos prometeu estar conosco, dando-nos poder e ajudando-nos. Essa é a razão pela qual o exemplo em Juízes é tão enigmático. O Senhor estava com eles, mas ainda assim eles fracassaram. Dessa forma, é difícil explicar como nós fracassamos em coisas que decidimos fazer na força Dele.
Desse modo, fui conduzido ao que era, para mim, uma nova compreensão radical em relação à vontade de Deus, a saber, que a vontade de Deus para nossas vidas pode incluir o fracasso. Em outras palavras, a vontade de Deus pode ser o fracasso, e ele pode conduzir você ao fracasso! Isso ocorre porque há coisas que Deus tem de ensiná-lo através do fracasso, coisas que ele nunca poderia lhe ensinar através do sucesso.
Isso me traz à mente um pensamento que assombrou o pastor Erwin Lutzer num momento em que se via muito envolvido com o pastorado: Você pode não estar realizando tanto quanto você pensa que está. Podemos fazer muitas coisas para o Senhor, mas, mesmo assim, ainda podemos fracassar em ser o tipo de pessoa que Deus deseja que sejamos. Em última análise, o importante não é o sucesso aos olhos do mundo, mas o sucesso aos do Senhor.
Ora, isso é tanto encorajador como incriminador. Por um lado, é encorajador porque, ainda que fracassemos, o nosso fracasso pode ser a melhor parte do sucesso aos olhos do Senhor.
Por outro lado, é incriminador porque podemos pensar que temos realizado muito quando realmente temos feito tão pouco ou quase nada à vista do Senhor.
Bem, qual aplicação prática que tudo isso tem para as nossas vidas? Dois pontos podem ser colocados.
Precisamos aprender com nossos fracassos. Pergunte a si mesmo o que você teria feito de forma diferente em determinada situação ou o que você poderia fazer de modo diferente na próxima vez. Pergunte a si mesmo que espécie de reação Deus quer que você tenha, ou que traço do caráter pode ser desenvolvido em você como resultado da derrota. Aprenda a partir de seu fracasso.
Um famoso psiquiatra certa vez observou que a palavra mais triste no vocabulário humano é “se”. Para ele, as pessoas que ficam presas em seus fracassos passam a vida toda dizendo: “Se – se eu tivesse tentado mais, se eu tivesse sido mais amável com meus filhos, se eu tivesse sido mais sincero, se...” A maneira de corrigir essa mentalidade é mudar o seu vocabulário, substituindo-o pelas palavras “da próxima vez” – “da próxima vez tentarei mais, da próxima vez serei mais amável com meus filhos, da próxima vez serei mais sincero”.
O fracasso não é fracasso se você fizer melhor da próxima vez.
Nunca desanime. Só porque fracassou não significa que tudo acabou para você. Você nunca ficará acabado somente por fracassar. Você estará acabado somente se você desistir. Mas não desista! Com a força de Deus, recolha os cacos de seu fracasso e, tendo aprendido com ele, prossiga.
Assim, quando você se encontrar com o fracasso, não desista. Peça a Deus forças para continuar. Ele vai te fortalecer. Na verdade, há um nome bíblico para essa qualidade. Chama-se perseverança. Através do fracasso, se você responder de modo correto, Deus pode construir a virtude da perseverança em sua vida.
Portanto, o fracasso na vida de um cristão não deveria nos surpreender. Deus tem coisas importantes para nos ensinar através do fracasso – e o verdadeiro sucesso, o sucesso que conta para a eternidade, consiste em aprender essas lições. Assim, quando você fracassar, não se desespere nem pense que Deus o abandonou; ao contrário, aprenda com seus fracassos e nunca desista. Essa é a fórmula para o sucesso. Ben Stein, autor, advogado, economista e ator, diz: “O espírito humano nunca se acaba quando é vencido. Ele se acaba quando se entrega”. Meu conselho é: nunca desista!

Rev. Carlos Roberto (Bob)