terça-feira, 1 de novembro de 2011

“O propósito da vida é viver com propósito”



O que faz diferença entre a vida cristã altamente motivada e a vida cristã que obedece a uma rotina sem nenhum entusiasmo? O apóstolo Paulo, em sua despedida aos cristãos de Éfeso (Atos 20. 17-38), faz algumas declarações que deixam transparecer segredos para uma vida cristã fascinante, cheia de aventuras com Deus.
Parece que Paulo conseguia fechar os olhos e ver o filme do Reino de Deus se desenrolar na história. Suas palavras “o Espírito Santo me diz, de cidade em cidade” (Atos 20.23) indicam que, à semelhança de Jesus, estava em sintonia com o mover de Deus (João 5.19), e conseguia ver o que o Espírito Santo estava fazendo e desejando fazer em seus dias ao redor do mundo. Ele enxergava o futuro, e percebia toda a trama espiritual envolvida na construção desse futuro. Paulo fechava os olhos e via lugares, pessoas, situações; ouvia a trilha sonora que fazia fundo à ação ininterrupta de Deus na história humana.
Está claro que o apóstolo Paulo se via nesse filme. Ele conseguia enxergar sua contribuição específica no processo histórico do reino de Deus. Ele participava de muitas cenas desse filme que lhe passava pela mente e pelo coração. Ao reafirmar seu dever de “completar a carreira” (Atos 20. 24), o apóstolo expressa claramente a convicção de que, no filme do Reino de Deus, ele não era espectador, mas ator. Não estava na platéia, mas em cena. Além disso, declara que sabia exatamente qual era o papel que lhe cabia e quais eram as expectativas do Grande Roteirista para ele, Paulo. O fato é que o apóstolo não encarava a vida como sucessão aleatória de circunstâncias. Ele via as circunstâncias como sets de filmagens para que ele pudesse cumprir seu papel nessa superprodução de Deus. Consciente de seu papel aproveitava todas as situações de seu cotidiano como oportunidades do Reino.
Por fim, declara solenemente a convicção de que seu papel representava uma vocação divina: “A carreira que recebi do Senhor Jesus” (Atos 20.24). Paulo sabia que seu papel fora desenhado, concebido pelo Senhor do Reino especialmente para ele – algo como se o Senhor Jesus tivesse preparado o apóstolo para aquele papel específico da história. Ele estava convicto de que aquilo que o Senhor Jesus esperava dele era algo que poderia fazer porque fora talhado para aquela cena. O papel tinha a cara dele.
Essa certeza – de que temos uma contribuição a dar no Reino de Deus, uma contribuição que somente nós, naquela situação, podemos dar – torna a vida cristã uma aventura fascinante. Essa visão do todo e este senso de localização histórica, ainda mais numa trama com significado eterno, traz paz e nos torna mais bem-sucedidos na vida. Todos os estudiosos do comportamento humano acreditam que um dos fatores mais importantes para o equilíbrio humano é a visão do futuro aplicada à situação específica de si mesmo.
Por isso irmãos, Jesus tinha razão: a vida deve ser vivida na perspectiva do Reino de Deus: “buscai primeiro”, e a partir desse compromisso experimentar “todas as outras coisas”. Quem busca primeiro “todas as outras coisas” cava a própria sepultura existencial, pois “aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas quem perder a sua vida por minha causa, disse Jesus, vai achá-la” (Mateus 16.25).
Paulo encarava que o lugar para onde Deus chama é o local no qual sua alegria mais profunda e a maior necessidade do mundo se encontram. Pois, seu propósito em viver é servir a Deus por meio do serviço a humanidade. Dessa forma, com muita autoridade, afirmava que todas as coisas que aconteceram em sua vida contribuíram para a expansão do Reino de Deus. Portanto, temos que nos fazer uma pergunta muito importante. No mais profundo de nossos corações: o que queremos edificar - nosso próprio reino ou a expansão do Reino de Deus? O homem tem dentro de si um desejo de edificar. A questão é: estamos edificando para nós mesmos ou para Deus? Vamos cair na armadilha de Satanás – o orgulho? Seremos como Nabucodonosor, que disse em Daniel 4.30: “... Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei...?”
Tenho que ser muito honesto e dizer, que o que vejo pregar sobre a mensagem do Reino de Deus hoje em dia, e o que leio nas escrituras sobre esta mensagem são duas coisas completamente diferentes.
Com a mesma intensidade estou também convencido de que, se Martinho Lutero, o homem a quem Deus usou para fazer com que a Reforma acontecesse, estivesse em nossa igreja evangélica de hoje, ele estaria fazendo todo o possível para que houvesse outra reforma. Elton Trueblood também disse que nós precisamos de uma segunda reforma. A primeira reforma entregou a Palavra de Deus ao povo de Deus, agora, porém, precisamos de uma reforma que entregue a Obra (Missão) de Deus ao povo de Deus.
Rev. Carlos Roberto

 

 


Pense bem...

 

Jesus tinha razão: a vida deve ser vivida na perspectiva do Reino de Deus: “buscai primeiro”, e a partir desse compromisso experimentar “todas as outras coisas”. Quem busca primeiro “todas as outras coisas” cava a própria sepultura existencial, pois “aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas quem perder a sua vida por minha causa, disse Jesus, vai achá-la” (Mateus 16.25).

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